Uma enfermidade só progride quando permitimos. Muitas vezes se inicia num sentimento ou pensamento de baixa vibração – uma mágoa, a morte de alguém querido, uma dificuldade financeira – que se junta a outros e outros, encorpando até atingir o corpo físico. O tempo para que isso ocorra é indefinido. Pode levar uma vida toda ou poucos anos.
Mas, se a doença está em nós, a cura também. Acreditar nisso leva a sermos mais cuidadosos com nossos hábitos, desejos, ambições, e certamente a uma vida mais saudável. Podemos ser os agentes de nossa própria cura. Quanto mais nos mantemos equilibrados, mais difícil dela avançar. E mais resistentes nos tornamos em caso de infecção externa por um vírus ou bactéria.
É um pensamento difícil de ser assimilado, pois vai contra nosso hábito secular – e bastante cômodo – de terceirizar a responsabilidade de nossa saúde para os médicos ou quem apresente um remédio rápido e eficaz para ser tomado.
Vivemos como se tudo o que acontece fosse alheio à nossa vontade e terceirizamos também a culpa por tudo o que não conseguimos realizar. Porém, nos momentos bons a coisa muda. Aí a responsabilidade sempre nos pertence. Bom, não é mesmo?
Muitas vezes, a doença acaba se instalando para nos ensinar, abrir nossos olhos à grandeza da nossa existência – que vai muito além do corpo físico – e para descobrirmos em nós a coragem necessária para atravessar um momento difícil sem esmorecer. Quase ninguém está preparado para ver qualquer ensinamento na dor ou no sofrimento, apenas punição e injustiça. A opção de uma vida amorosa nos é oferecida, mas, na maioria das vezes, nem nos damos conta disso.
As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) buscam tratar o doente, deixando-o em condições de superar sua enfermidade, resultante de seu próprio desequilíbrio (mental ou emocional). Na definição do Sistema Único de Saúde (SUS), as PICS são recursos terapêuticos que buscam a prevenção de doenças e a recuperação da saúde, com ênfase na escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integração do ser humano com o meio ambiente e a sociedade.
A medicina ocidental busca tratar a doença, muitas vezes priorizando os sintomas em detrimento das causas. Com os avanços da ciência e da tecnologia é cada vez mais precisa e eficaz. Porém, diferentemente das PICs, trata o indivíduo por compartimentos, com médicos que se especializam em cuidar de partes do nosso corpo isoladamente.
Talvez a medicina do futuro venha a ser a junção desses diferentes conceitos e conhecimentos, mais adequada para tratar o ser humano complexo, completo e mais consciente de si mesmo.
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Foto Towfiqu Barbhuiya - Unsplash
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